terça-feira, 15 de setembro de 2009

O peso que a gente leva. Qual o peso que eu trouxe?


O perigo da viagem mora nas malas. Elas podem nos impedir de apreciar a beleza que nos espera. Experimento na carne a verdade das palavras, mas não aprendo. Minhas malas são sempre superiores às minhas necessidades. É por isso que minhas partidas e chegadas são mais penosas do que deveriam. Ando pensando sobre as malas que levamos...

Elas são expressões dos nossos medos. Elas representam nossas inseguranças. Olho para o viajante com suas imensas bagagens e fico curioso para saber o que há dentro das estruturas etiquetadas. Tudo o que ele leva está diretamente ligado ao medo de necessitar. Roupas diversas: de frio, de calor - o clima pode mudar a qualquer momento! - remédios, segredos, livros, chinelos, guarda chuva - e se chover? - cremes, sabonetes, ferro elétrico - isso mesmo! - Microondas? - Comunique-me, por favor, se alguém já ousou levar.

O fato é que elas representam nossas inseguranças. Digo por mim. Sempre que saio de casa levo comigo a pretensão de deslocar o meu mundo. Tenho medo do que vou enfrentar. Quero fazer caber no pequeno espaço a totalidade dos meus significados. As justificativas são racionais. Correspondem às regras do bom senso, preocupações naturais para quem não gosta de viver privações. Nós nos justificamos. Posso precisar disso, posso precisar daquilo...

Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas. Excedem aos tamanhos permitidos. Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado? As perguntas são muitas... E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez?

Desisto. Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou. Vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu para nada.

É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências. E nisso mora o encanto da viagem. Viajar é descobrir o mundo que não temos. É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence.

E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: "Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!" Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo. Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com desejo de amar ainda mais o meu território. É consequência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou. É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro.

Vida e viagens seguem as mesmas regras. Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver. Por isso é tão necessário partir. Sair na direção das realidades que nos ausentam. Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias.... Hospitais, asilos, internatos... Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar.

Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa. Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro.

Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.

Padre Fábio de Melo
 

Qual o peso que eu trouxe?

- Agora respondo:

- Eu trouxe lembranças que serão inesquecíveis, uma bagagem de valores que são imensuráveis, uma vida para ser vivida e experimentada!

          

44th - It's finishing

Duas sensações se confundem: alegria de rever família e amigos, e um aperto no coração em saber que 44 dias muito bem vividos agora fazem parte da minha memória. Uma experiência incrível: país, cultura, povo, amigos novos e uma companhia especial que dispensa comentários.

Preparada para pegar vôo em Auckland:Depois do atraso da companhia aérea e ter perdido o vôo de Buenos Aires para São Paulo, fui remanejada para o Rio de Janeiro e ganhei estas mordomias no Rio de Janeiro:

Hotel de primeira:Lanchinho básico para não dormir com fome:Um banho para relaxar:Um café da manhã para começar bem o dia:Em um lugar "simples":Agora sim, rumo à Belo Horizonte:E reencontro com a família:
Difícil descrever a experiência vivida nestes 44 dias na Nova Zelândia, só vivendo para saber o que vivi!

43rd - Bastion Point

Bastion Point está localizado no Michael Joseph Savage Memorial, na praia de Mission Bay, em Auckland, com vista para o porto de Waitemata.

O local tem grande importância histórica: antes da colonização da Nova Zelândia, a área foi ocupada pelos Ngāti Whātua, mas devido a sua posição estratégica, o governo neozolandês construiu no local uma base militar - Bastion Point. Porém, após a II Guerra Mundial, quando não era mais necessário uma área de defesa, o governo não devolveu as terras aos Maoris, fazendo da área uma reserva e, posteriormente, colocando-a à venda para construção de casas. Com o objetivo de barrar a ação do governo, foi formando um comitê - Orakei Māori Action Committee - que ocupou as terras ilegalmente. A ocupação pacífica durou 507dias, terminando em 25 de maio de 1978, quando policiais do exército retiraram, à força, os ocupantes e destruiram as instalações, hortas e uma casa de reuniões, que haviam sido construídas. 222 manifestantes foram presos. A ocupação e uso da força para acabar com a ocupação desempenhou um papel de destaque às injustiças contra os Maori e a ocupação foi um marco importante na história do protesto Maori. Na década de 1980, o governo da Nova Zelândia, como pedida de desculpas, devolveu a terra aos Ngāti Whātua.

Em Bastion Point foi construído um memorial para o primeiro primeiro-ministro do trabalho da Nova Zelândia, Michael Joseph, aonde está enterrado em um mausoléu, cercado de jardins e um obelisco que é refletido em uma piscina.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

42nd - Cornwall Park and One Tree Hill

Cornwall Park foi uma fazenda do Sir John Logan Campbell, localizada próxima ao centro de Auckland.
Almoço no Cornwall Park:
Parte do parque ainda mantém atividade rural, como criação de ovelhas e boi:
Junto ao Cornwall Park está o One Tree Hill, área vulcânica com 182 metros de altitude.
No cume do monte está o túmulo do Sir John Logan Campbell e um obelisco comemorativo:
Do alto do One Tree Hill é possível ter uma visão, espetacular, de Auckland:

41st - Farewell Party

Minha festa de despedida em grande estilo.
Primeiro um bar com muito swing brasileiro, forró e amigos:


Depois, para quebrar tudo, boate:


E, para fechar a madrugada, conhecendo outros bares e boates de Auckland:



Melhor de tudo: você entra, curte e só paga o que consumir.

40th - Brazilians Friends

Todos brasileiros:
Foto faz parte do mural da escola: